Ricardo, um homem de 36 anos, é casado há oito anos e trabalha como analista financeiro em uma empresa de investimentos. Nos primeiros anos do casamento, mantinha uma relação equilibrada com sua esposa, mas aos poucos começou a se distanciar emocionalmente e a desenvolver vícios que passaram a comprometer gravemente a convivência conjugal.

O excesso de trabalho foi o primeiro sinal. Ricardo começou a levar tarefas para casa, trabalhando até tarde da noite, muitas vezes ignorando a presença da esposa e transformando o lar em uma extensão do escritório. Com o tempo, outros vícios começaram a surgir: o consumo frequente de bebidas alcoólicas, o uso compulsivo das redes sociais e, de forma mais silenciosa, o vício em pornografia, que passou a distorcer sua visão sobre intimidade e desejo.

Esses comportamentos criaram um abismo crescente entre ele e a esposa. O diálogo foi substituído pelo silêncio, os momentos de afeto se tornaram raros e o respeito mútuo deu lugar à indiferença. Ricardo passou a justificar suas atitudes como formas de aliviar o estresse, sem perceber que estava fugindo das responsabilidades emocionais do casamento. A esposa, por sua vez, sentia-se cada vez mais invisível e desprezada, tentando lidar com a frieza e a ausência afetiva do marido.

Com o passar do tempo, Ricardo começou a perceber o impacto das suas atitudes. O relacionamento estava desmoronando, a confiança havia sido abalada e o clima dentro de casa se tornara tenso e distante. Ele se via preso a comportamentos que o anestesiavam momentaneamente, mas que, no fundo, o deixavam ainda mais vazio e arrependido.