Rafael, um homem de 33 anos, trabalha como programador freelancer e vive em um pequeno apartamento no centro da cidade. Sempre foi prestativo e colaborativo, acreditando que o trabalho em equipe era essencial para o crescimento profissional e para manter boas relações no ambiente de trabalho. No entanto, essa boa vontade acabou se tornando uma fonte constante de frustração por causa de um colega de trabalho extremamente egoísta.

Esse colega, simpático e articulado, se aproximou de Rafael de maneira amigável, pedindo ajuda com códigos, ideias e soluções para projetos complexos. Rafael, acreditando estar apenas colaborando, passou a contribuir frequentemente. Mas com o tempo percebeu que seu colega nunca reconhecia sua ajuda — pelo contrário, apresentava os resultados como se fossem totalmente seus, assumindo os créditos e recebendo elogios de superiores.

A indiferença e o comportamento possessivo desse colega foram deixando Rafael cada vez mais desanimado. Ele começou a perceber que o outro só o procurava quando precisava de algo, e desaparecia logo depois. Quando tentava se afastar ou limitar o contato, era acusado de ser “difícil” e “pouco colaborativo”, o que o fazia se sentir injustiçado e confuso.

Com o passar dos meses, Rafael começou a carregar um peso emocional constante. Sentia-se usado, invisível e desvalorizado. As reuniões, que antes eram momentos de troca e aprendizado, tornaram-se incômodas e exaustivas. O ambiente de trabalho passou a gerar ansiedade e cansaço, e ele começou a duvidar do próprio valor e da sinceridade das pessoas ao seu redor.

O egoísmo do colega não apenas o prejudicava profissionalmente, mas também corroía lentamente sua motivação e confiança nas relações humanas. Rafael passou a enxergar o convívio com desconfiança e a carregar dentro de si o peso silencioso de ser bom em um ambiente que só recompensava quem pensa apenas em si mesmo.