Patrícia, uma mulher de 31 anos, é casada há seis anos e trabalha como professora em uma escola particular. Sua rotina é exaustiva, dividida entre a profissão e as demandas do lar. No entanto, o que mais pesa em sua vida não é o trabalho em si, mas a desigualdade na divisão das responsabilidades dentro do casamento.

Enquanto ela se desdobra para dar conta de suas aulas, corrigir provas e preparar materiais, também precisa cuidar da casa praticamente sozinha. Desde as tarefas simples, como cozinhar e limpar, até as mais complexas, como administrar as contas e organizar compromissos, tudo recai sobre ela. Seu marido, mesmo trabalhando em horário semelhante, não assume a mesma parcela de responsabilidades, limitando-se a pequenas ajudas ocasionais.

Essa falta de equilíbrio tem desgastado Patrícia emocionalmente. Ela sente que o casamento, em vez de ser uma parceria, se transformou em um peso. Por muitas vezes, tenta dialogar com o marido sobre a necessidade de uma divisão mais justa, mas suas falas acabam sendo ignoradas ou minimizadas. Isso a faz sentir-se invisível, como se seus esforços não fossem reconhecidos ou valorizados.

Com o passar do tempo, Patrícia começou a se sentir sobrecarregada e cansada. O excesso de tarefas a impediu de cuidar de si mesma, de desfrutar de momentos de lazer e até de manter hobbies que antes lhe davam prazer, como a jardinagem e a leitura. O casamento, que deveria ser um espaço de apoio e compreensão, se tornou um ambiente de cobrança e ressentimento.

Apesar de ainda amar o marido, Patrícia se vê constantemente dividida entre continuar insistindo em mudanças ou simplesmente se conformar com a situação. Esse dilema traz ansiedade, desânimo e a sensação de que está sozinha, mesmo dentro de uma união.