CLARA
Falta de cuidado com as emoções
Clara, 28 anos, é fotógrafa autônoma e vive sozinha em um pequeno apartamento no centro da cidade. Seu trabalho depende de criatividade, sensibilidade e contato frequente com clientes. Apesar de amar a fotografia, nos últimos meses ela percebe que o peso emocional do dia a dia está se tornando cada vez mais difícil de carregar.
Clara sempre foi conhecida por “engolir” suas emoções. Quando algo a incomodava, ela evitava conversar sobre o assunto para não criar conflitos ou para não ser vista como fraca. Em vez de expressar tristeza, raiva ou frustração, preferia se mostrar calma e controlada — por dentro, no entanto, as emoções acumulavam-se como uma tempestade silenciosa.
Com o tempo, essa repressão começou a gerar sinais claros. Diante de pequenas contrariedades — como um atraso de cliente ou uma crítica a uma foto — ela sentia uma irritação intensa que tentava esconder, mas que acabava refletida no seu tom de voz ou na falta de paciência. Em dias mais difíceis, essa irritação se transformava em um cansaço profundo, levando-a a cancelar compromissos ou evitar qualquer contato social.
Suas relações pessoais começaram a sofrer. Clara passou a se afastar de amigos para não precisar “fingir” que estava bem. Os encontros que antes eram momentos leves de riso e conversa, agora lhe pareciam cansativos e sem sentido. No trabalho, sua falta de entusiasmo era perceptível e alguns clientes notaram a mudança.
Sem perceber, Clara passou a compensar seu estado emocional com hábitos automáticos: rolar o feed das redes sociais por horas, comer doces em excesso ou se afundar em maratonas de séries, tentando adiar o momento de encarar o que sentia. Ela evitava falar sobre emoções profundas até consigo mesma, como se nomear um sentimento fosse dar mais força a ele.
À medida que o tempo passava, a instabilidade emocional começou a afetar sua autoestima. Ela passou a duvidar da própria capacidade profissional e a enxergar seus projetos com pessimismo. Suas fotos, antes vibrantes e cheias de vida, pareciam refletir a mesma apatia que sentia internamente. Clara já não conseguia encontrar a mesma beleza nas coisas simples — algo que sempre foi sua marca registrada.
Essa foi a experiência que Clara viveu ao negligenciar o cuidado com suas emoções. Assim como ela, muitas pessoas ignoram ou silenciam seus sentimentos, permitindo que se acumulem até afetarem todas as áreas da vida.
No próximo conteúdo, você conhecerá aspectos profundos e transformadores sobre como lidar de forma madura com suas emoções, para que elas deixem de ser um peso silencioso e passem a ser uma força de equilíbrio e bem-estar.