Xiǎo Fāng, uma mulher de 36 anos, viveu um casamento de doze anos com o homem que acreditava ser o amor da sua vida. No início, havia cumplicidade, risadas e planos compartilhados. Com o tempo, porém, o relacionamento foi se transformando em algo frio, pesado e distante.

Os gestos de carinho foram se tornando raros, as conversas passaram a ser superficiais e, quando surgiam os conflitos, o diálogo era substituído por manipulações e imposições. Seu marido, antes atencioso e compreensivo, começou a agir de maneira controladora — decidindo sozinho as questões do casal, ignorando seus sentimentos e reagindo com frieza quando Xiǎo Fāng tentava se abrir.

As discussões se tornaram frequentes, e a forma como ele se comunicava a deixava emocionalmente desgastada. As palavras, carregadas de ironia e desprezo, passaram a ferir com mais força do que qualquer gesto. Em alguns momentos, ele também a pressionava fisicamente — não com agressões violentas, mas com atitudes que ultrapassavam seus limites e demonstravam uma clara falta de respeito.

Xiǎo Fāng tentou de diversas maneiras restaurar o vínculo, acreditando que o amor poderia superar a frieza e o orgulho. No entanto, quanto mais se esforçava, mais percebia que vivia um relacionamento unidirecional, onde o afeto e o respeito haviam deixado de existir. Aos poucos, passou a sentir que estava perdendo a própria identidade dentro do casamento — vivendo mais para sustentar uma relação falida do que para ser verdadeiramente feliz.

Após muitas reflexões e lágrimas, Xiǎo Fāng decidiu colocar um ponto final. O divórcio não foi apenas o fim de um casamento, mas o início de um processo doloroso de reencontro consigo mesma. A separação trouxe alívio e solidão ao mesmo tempo, mas também a consciência de que o amor verdadeiro não pode existir onde há manipulação, imposição e falta de respeito.