Natália, uma jovem de 21 anos, ainda mora com seus pais em um apartamento em uma cidade grande. Desde a adolescência, convive com críticas constantes vindas principalmente de sua mãe. Nenhum esforço parece suficiente para agradá-la: se Natália arruma o quarto, sempre há algo a ser apontado; se ajuda nas tarefas domésticas, sua mãe insiste que não fez do jeito certo; se alcança um resultado positivo na faculdade, escuta que poderia ter feito mais.

Essas críticas não são conselhos construtivos, mas comentários que diminuem sua autoestima e a fazem sentir-se incapaz. Palavras como “você nunca faz nada direito” ou “vai acabar não sendo nada na vida” ecoam em sua mente e se transformam em feridas emocionais difíceis de cicatrizar.

Com o passar do tempo, Natália começou a internalizar essas vozes negativas. Mesmo quando tenta se esforçar em seus estudos e projetos pessoais, uma parte dela acredita que sempre falhará. Essa insegurança refletiu em suas interações sociais, pois teme ser julgada e criticada também por amigos e colegas. Em muitos momentos, prefere se calar e se afastar para não se expor.

O convívio dentro de casa tornou-se sufocante. As críticas da mãe não só prejudicam sua confiança, como também geram conflitos familiares constantes. Natália sente que falta apoio e reconhecimento dentro do próprio lar, o que a leva a buscar refúgio em atividades solitárias, como ouvir música por horas ou escrever em um diário, tentando organizar seus pensamentos e emoções.

Apesar de tudo, Natália esconde suas mágoas para não gerar mais discussões. Mas por dentro, sente-se cada vez mais esgotada, com a autoestima abalada e a sensação de que nunca será suficiente, não importa o quanto tente.