Larissa, 18 anos, mora com seus pais e um irmão mais novo. Desde a adolescência, a convivência em casa tem sido marcada por episódios de agressão física, que a deixaram com medo e insegura em seu próprio lar.

As situações começam, muitas vezes, por motivos aparentemente pequenos: um comentário considerado “desrespeitoso”, uma tarefa doméstica esquecida ou até mesmo divergências de opinião. No entanto, rapidamente se tornam agressões físicas — empurrões, tapas ou objetos atirados — deixando Larissa em estado de alerta constante.

Por fora, ela tenta manter a aparência de normalidade. Vai à escola, estuda e interage com os amigos como se nada estivesse acontecendo. Por dentro, carrega ansiedade, medo e uma sensação de impotência. Cada discussão em casa é um alerta: ela nunca sabe quando a agressão pode ocorrer, e isso cria um estresse contínuo que afeta seu bem-estar emocional e físico.

Larissa evita pedir ajuda, temendo represálias ou julgamentos. Sente vergonha do que acontece e acredita que, se falar sobre isso, estará “expondo” a família ou causando mais problemas. Ao mesmo tempo, percebe que a situação a impede de se sentir segura e de viver com tranquilidade, impactando sua autoestima e confiança.

O efeito desse ambiente violento se estende a outros aspectos da vida. Larissa tem dificuldade em confiar em pessoas, teme relacionamentos e sente dificuldade de se impor, mesmo em situações que exigem defesa pessoal ou emocional. A agressão física diária faz com que sua energia vital e sensação de pertencimento ao lar sejam profundamente abaladas.

Apesar da consideração que tem pelos pais, Larissa entende que a violência compromete a harmonia familiar e interfere no seu desenvolvimento. Ela percebe que precisa aprender a lidar com a situação de forma segura e buscar caminhos para proteger sua integridade.