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A VIDA ATUAL DA LARA

Honrando as memórias do(a) filho(a)

Depois que perdi meu filho, senti como se o tempo tivesse parado. Os dias se tornaram longos, silenciosos e pesados, e cada canto da casa parecia ecoar a ausência dele. O quarto continua como ele deixou — o uniforme dobrado, os livros sobre a escrivaninha e o perfume suave que, às vezes, ainda sinto no ar. Por muito tempo, tentei apenas sobreviver à dor, mas nada parecia preencher o vazio. Eu respirava, mas era como se o mundo tivesse perdido as cores e o sentido.

Foram meses de lágrimas silenciosas, de noites sem sono e de perguntas sem resposta. Eu me sentia perdida, como se parte de mim tivesse ido embora junto com ele. A saudade era tão grande que doía até em momentos simples — preparar o café da manhã, ver fotos antigas, ouvir uma música que ele gostava. Cada lembrança era um corte novo.

Foi quando encontrei as orientações que começaram a me mostrar outro olhar sobre o luto. Elas não prometeram apagar a dor — e eu entendi que isso jamais seria possível —, mas me ajudaram a compreendê-la, a acolher o que eu sentia e a dar um novo significado à ausência. Aprendi que honrar meu filho é continuar viva, com amor e propósito, mantendo sua memória presente nas atitudes, nos gestos e na forma como escolho seguir.

Essas orientações me fizeram perceber que cuidar da mente é um ato de respeito à própria dor. Que buscar serenidade não é sinal de esquecimento, mas de maturidade emocional. Hoje, ainda choro às vezes, mas as lágrimas já não são de desespero — são de amor e gratidão por tudo o que vivi com ele. Continuar não é deixar para trás, é levar comigo o que ele me ensinou, transformando a saudade em força e o amor em direção.

E, de algum modo, sinto que meu filho ainda está comigo. Não apenas nas lembranças, mas na paz que começo a reencontrar, na esperança que retorna aos poucos e na certeza de que o vínculo que criamos jamais será rompido — porque o amor verdadeiro nunca morre, apenas muda de forma.

Crescer e amadurecer não é um caminho rápido nem sempre leve — mas é um dos mais valiosos que você pode escolher. Haverá dias de força e dias de cansaço, momentos de clareza e momentos de dúvida. E tudo bem.

O que importa é não caminhar no escuro por falta de conhecimento. Buscar compreender a si mesmo(a) e a vida é como acender luzes no seu próprio caminho — você passa a enxergar onde está, para onde pode ir e como chegar lá.

Assim esta pessoa que, ao compreender profundamente a realidade em que estava, percebeu que mudar não era apenas uma opção, mas uma necessidade para viver melhor — e decidiu dar os passos necessários —, você também pode transformar o rumo da sua história.

E, sempre que precisar, saiba que este espaço estará aqui para lembrar que você não está sozinho(a) nessa jornada. Que existe, sim, um jeito de construir uma vida mais firme, consciente e satisfatória, passo a passo, no seu ritmo, mas com a certeza de que é possível.

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