A VIDA ATUAL DA PRISCILA
Abraçando a mudança necessária
Conviver com a agressão verbal dentro do meu casamento foi como perder, pouco a pouco, o chão sob os meus pés. As palavras que deveriam construir começaram a me destruir, deixando marcas invisíveis que pesavam mais do que qualquer ferida física. Eu me via tentando evitar discussões, escolhendo cada palavra com cuidado, mas mesmo assim parecia impossível escapar dos gritos, das críticas e dos comentários que diminuíam quem eu era. O silêncio que vinha depois, como se nada tivesse acontecido, me confundia ainda mais e me fazia questionar o meu valor.
Estas orientações me ajudaram a enxergar que eu precisava de mais do que esperança: eu precisava de clareza. Entendi que era essencial buscar uma comunicação respeitosa e firme, para que as agressões não fossem normalizadas. Aprendi que estabelecer limites claros não era egoísmo, mas sim um ato de cuidado com a minha dignidade e com o próprio casamento.
Passei a refletir sobre o meu papel no relacionamento, compreendendo que eu também precisava assumir responsabilidades e contribuir para um convívio mais equilibrado. Mas, ao mesmo tempo, entendi que não poderia carregar sozinha o peso da transformação. Os objetivos de vida maduros me ajudaram a lembrar que a relação precisa ter direção, e que sem respeito e cooperação, nenhum plano futuro faz sentido.
Também encontrei coragem para reconhecer que, em situações graves, medidas mais firmes precisam ser tomadas, inclusive buscando apoio e proteção. Essa consciência me fortaleceu, porque percebi que cuidar da minha integridade não significa desistir do amor, mas sim preservar aquilo que é essencial para viver com dignidade.
Hoje sou grata pois essa situação não chegou à níveis graves. A dinâmica que fui desenvolvendo com meu marido tem se tornado algo mais amadurecido e equilibrado apesar dos problemas do dia a dia. Sigo aplicando o que aprendi: exercito diariamente a comunicação madura, estabeleço limites, cuido de mim e da relação com mais lucidez. Não foi mágica, mas foi um passo importante para recuperar minha autoestima e reencontrar um caminho de equilíbrio. Descobri que, quando seguimos orientações verdadeiras e maduras, conseguimos enxergar além da dor e encontrar forças para recomeçar, mesmo em meio às maiores dificuldades.
Crescer e amadurecer não é um caminho rápido nem sempre leve — mas é um dos mais valiosos que você pode escolher. Haverá dias de força e dias de cansaço, momentos de clareza e momentos de dúvida. E tudo bem.
O que importa é não caminhar no escuro por falta de conhecimento. Buscar compreender a si mesmo(a) e a vida é como acender luzes no seu próprio caminho — você passa a enxergar onde está, para onde pode ir e como chegar lá.
Assim esta pessoa que, ao compreender profundamente a realidade em que estava, percebeu que mudar não era apenas uma opção, mas uma necessidade para viver melhor — e decidiu dar os passos necessários —, você também pode transformar o rumo da sua história.
E, sempre que precisar, saiba que este espaço estará aqui para lembrar que você não está sozinho(a) nessa jornada. Que existe, sim, um jeito de construir uma vida mais firme, consciente e satisfatória, passo a passo, no seu ritmo, mas com a certeza de que é possível.