top of page

A VIDA ATUAL DA PRISCILA

Decidindo abraçar a mudança necessária

Durante muito tempo, eu tentei acreditar que os empurrões, os apertos e os tapas eram apenas explosões passageiras de raiva, que logo seriam superadas. Me convenci de que, se eu tivesse mais cuidado com minhas palavras ou atitudes, talvez isso não acontecesse de novo. Mas a verdade é que, a cada episódio, as marcas no corpo e na alma aumentavam, e o medo passou a ocupar o lugar que antes era do amor e da confiança.

Viver em alerta constante, tentando adivinhar o próximo momento de fúria, me fez perder a alegria e até a esperança de ter um lar em paz. Inventar desculpas para familiares e colegas sobre os hematomas só me fazia mergulhar mais fundo no silêncio e na vergonha. Foi nesse ponto que percebi que algo precisava mudar, porque permanecer calada significava colocar minha própria vida em risco.

Ao conhecer estas orientações, comecei a enxergar com mais clareza o que eu precisava fazer. Entendi a importância de uma comunicação firme e respeitosa, não como um pedido de desculpa ou de perdão por parte dele, mas como um posicionamento meu — para não normalizar a violência e mostrar que não aceitaria mais esse tipo de atitude.

Também aprendi a estabelecer limites claros, a reconhecer que a responsabilidade por essas agressões não era minha e que dignidade não pode ser negociada. Percebi que assumir meu papel no casamento não significa aceitar abusos, mas sim contribuir para um relacionamento justo, onde ambos cooperam de forma equilibrada.

Definir objetivos de vida maduros me ajudou a lembrar que eu mereço construir um futuro seguro, sem medo, com base em respeito e verdade. E, diante da gravidade da situação, compreendi que buscar apoio e até denunciar não é sinal de fraqueza, mas de coragem — porque proteger a minha vida é o primeiro passo para qualquer recomeço.

Infelizmente, meu marido não cooperou para desenvolvermos uma dinâmica conjugal madura e saudável, apesar de eu ter lutado muito pela nossa relação. Ele me dizia que a postura agressiva dele era culpa minha. Naquele momento, eu refleti sobre o tanto que eu tinha lutado por nós e percebi que "todo relacionamento tem problemas", mas nunca haverão motivos que justifiquem a utilização de agressões como meio de solucionar estes problemas. Interrompi o silêncio e busquei ajuda de pessoas de confiança próximas de mim.

Hoje, eu não sou mais casada com ele e sigo fortalecida por estar livre da vida que eu vivia. Não digo que foi fácil, mas sei que cada atitude tomada com clareza e firmeza me aproxima da liberdade e da paz que eu mereço viver. Descobri que orientações verdadeiras não apenas iluminam o caminho, mas também nos dão forças para atravessá-lo com dignidade, mesmo quando a dor parece insuportável. O verdadeiro problema era o meu marido por não estar disposto a mudar e contribuir com uma interação mais saudável.

Crescer e amadurecer não é um caminho rápido nem sempre leve — mas é um dos mais valiosos que você pode escolher. Haverá dias de força e dias de cansaço, momentos de clareza e momentos de dúvida. E tudo bem.

O que importa é não caminhar no escuro por falta de conhecimento. Buscar compreender a si mesmo(a) e a vida é como acender luzes no seu próprio caminho — você passa a enxergar onde está, para onde pode ir e como chegar lá.

Assim esta pessoa que, ao compreender profundamente a realidade em que estava, percebeu que mudar não era apenas uma opção, mas uma necessidade para viver melhor — e decidiu dar os passos necessários —, você também pode transformar o rumo da sua história.

E, sempre que precisar, saiba que este espaço estará aqui para lembrar que você não está sozinho(a) nessa jornada. Que existe, sim, um jeito de construir uma vida mais firme, consciente e satisfatória, passo a passo, no seu ritmo, mas com a certeza de que é possível.

bottom of page